O mundo é muito competitivo. Todos querendo se dar bem, estar melhor que alguém, ganhar milhões de dólares, ter a maior casa, o melhor emprego, a melhor família. E quando acaba um ciclo, como o ano que está acabando, você começa a planejar todas as coisas que você quer fazer no plano seguinte, seus objetivos, ideais, lugares que quer visitar, pessoas que quer conhecer. Uma lista de promessas e/ou sonhos que você coloca na responsabilidade daquele período de tempo que você está entrando agora. O ser humano sobrevive a partir da esperança de um mundo melhor, afinal se o próximo ano for pior que esse, ele não precisa nem vir. Mas o ano está acabando e eu olho em volta e não tenho os troféus que eu achei que teria. E os que eu tenho, eu tenho que deixar pra trás. Abrindo espaço na prateleira para os troféus que eu planejo ganhar. E as perdas, não fazem falta. O que você não tem não ocupa espaço nem na estante nem na memória. Ninguém planeja tudo o que não vai conseguir no ano seguinte. Começo minha lista de "Não-Resoluções" de Ano Novo com os quilos que vou engordar, o cabelo que vai cair, as decepções que eu vou causar e as pessoas que vou ofender. Depois coloco os amigos que vão embora por minha causa, os que vão embora por causa própria e os que vão embora sem motivo. Como esquecer os olhares de desaprovação de meus pais a cada dia sem-emprego, a cada nova tatuagem ou namorada, eles terão um tópico especial. Todas as ilusões que eu causar aos outros e a mim mesmo, também estão na minha lista. As vezes que eu vou deixar me enganarem, mentirem na cara dura. Os livros que eu não vou escrever, os textos que vou apagar antes de terminar, os roteiros que ficarão só na ideia e os projetos que ficarão só na conversa de bar. A roupa velha que eu vou me recusar a jogar fora, o dinheiro que eu não vou dar pro mendigo. Meu sarcasmo, que eu vou cuspir pra todo mundo, até pro mais bem intencionado, ninguém sairá a salvo. E quando chegar o fim do ano e eu fizer meu prognóstico para o ano seguinte, vou deixar tudo isso de lado novamente, pensar nas coisas boas que eu fiz para mim e para todos. Como fui um cara benevolente que só age para o bem do próximo. Altruísmo não reconhecido pelos demais. E que coisas melhores ainda me aconteçam no ano que está por vir, porque eu, acima de qualquer um, mereço.
Mas o que importa mesmo no fim das coisas são sua família, seus amigos, amar a si mesmo mas não só a si mesmo, os caminhos bons, os difíceis e as garotas que você fez chorar durante isso tudo.
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