Eu deixava ela cavalgar na minha frente. Até meu cavalo sabia que era melhor tomar distância dela, e ela poderia guiar, já que não importava muito para onde estávamos indo.
Conheci ela moça, calada e arisca depois de uma tentativa mal sucedida de sequestro. Por um erro de cálculo, acabamos matando os únicos que teriam interesse de resgatá-lá e quando nos demos conta tínhamos uma garota a milhas de distância de qualquer vila que pudéssemos abandoná-lá.
O bando estava divido entre matá-lá e enterrarmos o corpo ou matá-lá e deixarmos o corpo para os abutres, mas o chefe tinha se afeiçoado a ela. Ninguém tocava na moça até ele decidir o que fazer com ela. Eu observava distante, sem opinar. Fui contra o sequestro desde o começo e acho que não era eu que tinha que lidar com essas decisões, me contentava em fazer meu trabalho.
Seu nome era Annabelle, tinha deixado o sobrenome para trás e aprendeu rápido demais a empunhar uma arma. Sabia enrolar as pessoas como ninguém e em pouco tempo já era um dos membros mais importantes do bando. Os olhos do chefe brilhavam ao vê-lá em ação, mas ela resistia a qualquer tipo de investida dele. Os outros nem se atreviam.
Ele descontava na gente, deixava o trabalho braçal com a gente e os planos inteligentes e bem bolados com ela. Gordo como seu cavalo, se contentava em montar acampamento nos arredores da cidade e esperar nós voltarmos com as recompensas, os prêmios ou as vítimas.
Meu entrosamento com Annabelle ficava cada vez mais forte, mas segurava o ar profissional para nao gerar problemas pra mim. Nosso chefe era rico e bem conectado. Não havia um chefe de distrito que não devia favores a ele. Nosso cabresto era mantido por dividas e medo.
Mas ela tinha ele na mão. Fazia o que queria, quando queria. Ficava com a maior parte das recompensas, invadiam os cabarés para roubar os melhores tecidos para ela. Quando ela começou a dar ordens, o resto do bando se reuniu e me cobraram uma atitude.
O bando estava divido entre matá-lá e enterrarmos o corpo ou matá-lá e deixarmos o corpo para os abutres, mas o chefe tinha se afeiçoado a ela. Ninguém tocava na moça até ele decidir o que fazer com ela. Eu observava distante, sem opinar. Fui contra o sequestro desde o começo e acho que não era eu que tinha que lidar com essas decisões, me contentava em fazer meu trabalho.
Seu nome era Annabelle, tinha deixado o sobrenome para trás e aprendeu rápido demais a empunhar uma arma. Sabia enrolar as pessoas como ninguém e em pouco tempo já era um dos membros mais importantes do bando. Os olhos do chefe brilhavam ao vê-lá em ação, mas ela resistia a qualquer tipo de investida dele. Os outros nem se atreviam.
Ele descontava na gente, deixava o trabalho braçal com a gente e os planos inteligentes e bem bolados com ela. Gordo como seu cavalo, se contentava em montar acampamento nos arredores da cidade e esperar nós voltarmos com as recompensas, os prêmios ou as vítimas.
Meu entrosamento com Annabelle ficava cada vez mais forte, mas segurava o ar profissional para nao gerar problemas pra mim. Nosso chefe era rico e bem conectado. Não havia um chefe de distrito que não devia favores a ele. Nosso cabresto era mantido por dividas e medo.
Mas ela tinha ele na mão. Fazia o que queria, quando queria. Ficava com a maior parte das recompensas, invadiam os cabarés para roubar os melhores tecidos para ela. Quando ela começou a dar ordens, o resto do bando se reuniu e me cobraram uma atitude.
Eu, na época um cowboy despreparado e inexperiente, ainda assim a mais tempo e com mais atitude e empenho que aquele grupo de ladrões e artistas de circo que me cercavam. Entrei na tenda do chefe, ele roncava alto. Vi que os olhos de Annabelle me acompanhavam de longe, se perguntando minhas intenções.
”Bóris, precisamos conversar. Sobre..."
"Eu já sei. Você precisa me ajudar, eu fiz tudo por ela. Treinei, amei, dei do bom e do melhor e ela tá cada vez mais rebelde, mandona, reclamona"
"Chefe, ela está tomando conta. Fazendo planos, dando ordens, repreendendo. Ninguém sabe como reagir."
"Você é meu melhor cowboy, acabe com isso, foi um erro. Tome a atitude que precisar."
Assenti com a cabeça e saí. Mil pensamentos degladiavam em mim, uma companheira tão talentosa seria eliminada assim tão friamente por mim. Não queria resistência, ia ser rápido e indolor. Uma lamparina fraca iluminava o interior de sua barraca. Entrei com a colt em punho e encarei... O nada. Sua barraca era preenchida de luz pela lamparina no centro. Saí com um grito: "Pra onde ela foi?", todos me olhavam atônitos. Um tiro no rumo do celeiro e vimos ela fugindo no melhor cavalo, o meu. Os outros cavalos corriam assustados rumo ao nada. Impotentes, observávamos ela sumindo no horizonte.
”Bóris, precisamos conversar. Sobre..."
"Eu já sei. Você precisa me ajudar, eu fiz tudo por ela. Treinei, amei, dei do bom e do melhor e ela tá cada vez mais rebelde, mandona, reclamona"
"Chefe, ela está tomando conta. Fazendo planos, dando ordens, repreendendo. Ninguém sabe como reagir."
"Você é meu melhor cowboy, acabe com isso, foi um erro. Tome a atitude que precisar."
Assenti com a cabeça e saí. Mil pensamentos degladiavam em mim, uma companheira tão talentosa seria eliminada assim tão friamente por mim. Não queria resistência, ia ser rápido e indolor. Uma lamparina fraca iluminava o interior de sua barraca. Entrei com a colt em punho e encarei... O nada. Sua barraca era preenchida de luz pela lamparina no centro. Saí com um grito: "Pra onde ela foi?", todos me olhavam atônitos. Um tiro no rumo do celeiro e vimos ela fugindo no melhor cavalo, o meu. Os outros cavalos corriam assustados rumo ao nada. Impotentes, observávamos ela sumindo no horizonte.
Um segundo tiro, agora de dentro da cabana do nosso chefe. Um corpo gordo, agora sem face, caído mole no chão, sua pistola ainda quente. De que adianta a influência e poder se sua amada sugou tudo que pode e foi embora? Assim acabou o bando, os roubos, sequestros e recompensas.
Encontrei meu cavalo na primeira cidade que parei. Diziam que pertencia a uma bela dama emancipada e talentosa que chegou na cidade. Ela não era vista a dias, e parece que tinha fugido com as jóias da falecida esposa do prefeito.
"Deixei seu cavalo lá por pena de você. O que seria de você sem esse alazão velho?". Cinco anos se passaram e ela continuava insolente. "Eu ia te matar aquele dia, você sabia? Isso me assombra todas as noites desde então".
"Eu não vim falar de passado, eu vim falar de negócios. Me contaram que você mexe com medicinais agora, precisarei de um favor, acho que é o mínimo que você me deve".
"Eu não vim falar de passado, eu vim falar de negócios. Me contaram que você mexe com medicinais agora, precisarei de um favor, acho que é o mínimo que você me deve".
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