Na janela, um recorte da cidade
Na fotografia, um recorte do tempo
No espelho, um recorte de mim
Na memória, só o que eu me lembro
Isolar um pedaço para emular o todo
Enfeitar sua parede com um quadro torto
Uma pequena irregularidade em seu controle
Contra todo o descontrole de um dia morto
Troca a roupa, o cabelo
O sorriso e a mão
Pois trocar de quem se é
Está fora de cogitação
A inquietude da perna acompanha o relógio
Dezoito horas se aproxima a passos lentos
Uma linha fina entre o amor e o ódio
Que dissipa e se confunde com o passar do tempo
Porque o recorte do tempo quando se imita
Se resume a reviver sempre seu próprio fim
Como um ciclo infinito se repetindo em vida
E as mesmas motivações ditas para mim
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